Corrupção no DER do Rio

Cabral acumula 332 anos de prisão, com nova condenação por propinas de R$ 18 milhões

Também foram condenados Henrique Ribeiro, Lineu Martins, Wilson Carlos e Luiz Carlos Bezerra

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Em resposta à denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal condenou o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), a 11 anos e 3 meses de prisão, e mais quatro pessoas, por crimes e propinas de R$ 18 milhões em contratos da Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER/RJ). Com a nova condenação, o político fluminense acumula penas de 332 anos de prisão.

Os outros condenados pela sentença do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, foram o ex-presidente da fundação Henrique Ribeiro (20 anos, 9 meses e 25 dias de prisão), o ex-chefe de Gabinete Lineu Martins (16 anos, 6 meses e 25 dias de prisão), o ex-secretário de Governo Wilson Carlos (14 anos e 2 meses de prisão) e o operador financeiro da organização criminosa do ex-governador, Luiz Carlos Bezerra (7 anos e 9 meses de prisão).

A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute e Eficiência, em um processo decorrente da Operação C´est Fini.

Denúncia

Em dezembro de 2017, o MPF denunciou os cinco, agora condenados, por crimes no DER/RJ. Similar ao implementado na Secretaria de Obras, o esquema de propina na fundação contava com o auxílio de Wilson Carvalho, operador administrativo do grupo, e revelou, na época, dois novos membros da organização criminosa de Cabral: o ex-presidente do DER/RJ, Henrique Ribeiro, e o seu ex-chefe de gabinete Lineu Martins, presos na Operação C’est Fini.

Cabral, Wilson Carlos e Henrique Ribeiro receberam R$ 18,1 milhões em propina, para beneficiar a empreiteira União Norte Fluminense Engenharia em obras em rodovias estaduais, administradas pelo DER-RJ. Responsável por receber as propinas em contratos do DER/RJ, Henrique Ribeiro tinha como braço direito Lineu Martins (então seu chefe de gabinete), que atuava como seu operador financeiro, entre 2008 e 2014.

A movimentação de valores se dava por dinheiro em espécie e este era internalizado no caixa dos criminosos, sendo, posteriormente, distribuído aos seus integrantes e parentes.

As obras que tiveram pagamento de propina foram a pavimentação da rodovia RJ 230, pavimentação da Região Norte do Estado do Rio de Janeiro, obras de conservação de São Fidélis, obras na rodovia RJ 220 e obras na rodovia RJ 186. (Com informações da Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria da República no Rio de Janeiro)

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