Com melhor atuação

Brasil perde para França e dá adeus à Copa do Mundo

Emocionada, Marta lamenta eliminação e dá recado a jogadoras: "O futebol feminino depende de vocês"

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Brasileiras fazem melhor atuação na Copa, mas não conseguem vencer a França.

O Brasil foi derrotado pela França por 2 a 1 na prorrogação e deu adeus à Copa do Mundo de Futebol Feminino. Na partida realizada no estádio Océane, em Le Havre, a equipe brasileira lutou muito e teve sua melhor atuação na competição, mas não foi o suficiente para ultrapassar as oitavas de final.

Já a França, que contou com o apoio de sua torcida, espera agora o vencedor de Espanha e Estados Unidos para saber qual será o seu próximo adversário na busca pelo inédito título na Copa do Mundo.

O time de Marta, Cristiane e Debinha deu trabalho à equipe da casa e fez um jogo quase sempre parelho, mas a superioridade francesa acabou se mostrando intransponível, apesar da inusual ineficiência das europeias no ataque.

O retrospecto de confrontos (5 empates e 3 vitórias das europeias) e a posição das equipes no ranking da Fifa (o Brasil é o décimo, seis posições atrás da adversária) faziam da França a favorita.

Mas as brasileiras não se intimidaram. Conseguiram segurar o ímpeto ofensivo francês.

O primeiro tempo foi tenso, com muitas divididas duras, erros de passes dos dois lados e reclamações sobre a arbitragem.

A maior delas veio após a anulação do primeiro gol francês, aos 23 minutos, na sequência de um cruzamento de Diani (destaque absoluto do duelo) para Gauvin. A atacante marcou quase que de ombro, após se chocar com Bárbara.

A goleira brasileira ficou no chão por vários minutos depois da colisão. Enquanto isso, o lance foi reavaliado pela árbitra com o auxílio do VAR.

As francesas voltaram do intervalo fazendo mais pressão e conseguiram abrir o placar aos 7, com gol de Gauvin.

O Brasil igualou aos 19, em chute forte de Thaisa no canto esquerdo do gol de Bouhaddi, após cruzamento de Debinha.

Do lado brasileiro, Cristiane se machucou e, sem conseguir encostar o pé esquerdo no chão, cedeu lugar a Geyse. No fim da primeira etapa, Debinha encontrou uma diagonal pela esquerda do campo francês e disparou. Seu chute foi salvo quase em cima da linha pela francesa Mbock.

Nos minutos iniciais do segundo tempo da prorrogação, um cruzamento pela direita em cobrança de falta encontrou o pé esquerdo de Henry, mal marcada por Monica, que empurrou para o gol e colocou as donas da casa nas quartas de final da Copa do Mundo.​

Marta dá recado

A craque Marta lamentou a eliminação do Brasil. A seis vezes melhor do mundo parabenizou a garra da Seleção contra as favoritas anfitriãs.

“A gente deu o nosso melhor. Todas deram seu máximo. Foi um grande jogo. Já esperávamos tudo isso. Torcida contra e tantas coisas mais. Porém a gente fez um grande trabalho. Não conseguimos a vitória. A equipe delas foi melhor na definição. Agora é seguir em frente. Cabeça erguida. Muito orgulho dessa equipe”, afirmou Marta.

Perguntada sobre o momento especial que o futebol feminino vive com a Copa do Mundo, Marta se emocionou e deu um recado para a nova geração de jogadoras brasileiras

“É um momento especial e a gente tem que aproveitar. Digo isso no sentido de valorizar mais. Valorize! A gente pede tanto, pede apoio, mas a gente também precisa valorizar. A gente está sorrindo aqui e acho que é esse o primordial, ter que chorar no começo para sorrir no fim. Quando digo isso é querer mais, treinar mais, estar pronta para jogar 90 e mais 30 minutos e mais quantos minutos forem necessários. É isso que peço para as meninas. Não vai ter uma Formiga para sempre, uma Marta, uma Cristiane. O futebol feminino depende de vocês para sobreviver. Pensem nisso, valorizem mais. Chorem no começo para sorrir no fim”, afirmou Marta, olhando para câmera, e com lágrimas nos olhos.

Olimpíadas

Depois, na passagem pela zona mista, Marta, mais tranquila, fez uma análise de como o hype pela Copa deve ser utilizado a partir de agora para que o futebol feminino evolua.

“Acho primordial nesse momento é que todas que estão aqui, que passaram pela seleção, possam ter em mente que é importante o trabalho cedo para uma preparação para um grande campeonato como Copa, Olimpíadas. Não adianta querer fazer isso em segundos, meses. Tem que ser bem antes. Agora a gente já pensa nas Olimpíadas. Que elas tenham esse pensamento para trabalhar em cima disso e estar preparada para jogar um jogo desse e não sentir, jogando em alto nível”.

 

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