Já são 4 mortes

Após sumiço, secretário dá as caras e trata de infecção nos hospitais

Governo do DF só agiu após tomar um 'pedala' da Anvisa

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Após o surto das superbactérias, que mataram pelo menos quatro pessoas nos últimos dias, o secretário de Saúde, João Batista de Sousa, finalmente apareceu para anunciar um plano de enfrentamento da infecção de UTIs de hospitais públicos por bactérias que proliferam na imundície.

As medidas somente foram adotadas após um "pedala" da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que sexta-feira passada (5) esteve na Secretaria de Saúde do DF cobrando providências. Até o ministro Arthur Chioro (Saúde) chamou atenção para a falta de iniciativas da secretaria, ao revelar que desde abril pressiona o governo do DF por providências.

O secretário mal fala na sujeira que fez proliferar as bactérias KPC e enterococo, encontradas no aparelho digestivo das pessoas (nas fezes) e em vaginas sem assepsia adequada. Ele preferiu culpar o uso indiscriminado de antibióticos pela "resistência bacteriana". mas evitou falar sobre como essas batérias invadiram as UTIs: pessoas que usaram o banheiro e depois manipularam pacientes sem lavar as mãos e os braços adequadamente, como manda o protocolo.

Nos hospitais de Brasília há uma padronização dos protocolos de atendimento e o reforço nos métodos de higiene dos profissionais de saúde e dos ambientes e no uso racional dos antibióticos, mas aparentyemente não tem sido observado. O plano mencionado pelo secretário, sob pressão do governo federal, prevê o abastecimento de equipamentos de proteção individual dos profissionais (capotes, luvas e máscaras) e de materiais de limpeza. 

O plano prevê também a realocação de farmacêuticos clínicos da rede para atuar nas unidades de terapia intensiva, áreas mais suscetíveis à proliferação das bactérias multirresistentes. "Vamos trabalhar no uso racional de antibióticos; a presença desses profissionais nas áreas de risco vai garantir a administração da dose e do tempo corretos do medicamento", informou Cortez. O uso contínuo do remédio é uma das causas para o crescimento da resistência bacteriana no Brasil e no mundo, segundo o especialista.

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