Os Sessenta de Brasília

Após o sucesso, Maria Paula retornou por amor aos pais e paixão por Brasília

Ela quis viver e educar os filhos com qualidade de vida e tranquilidade

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A atriz Maria Paula trocou a agitação do show business pelo retorno a Brasília, para viver e criar os filhos em um ambiente mais tranquilo, com melhor qualidade de vida - Foto: Dênio Simões.

Ela voltou por amor. Vinte e nove anos depois de deixar Brasília para ganhar asas no universo da dramaturgia e da psicologia, a eterna musa do antigo programa humorístico Casseta & Planeta retornou à Capital por amor aos pais e paixão pela cidade.

“Passei muito tempo morando longe da minha família e, além da falta que minha mãe e meu pai me faziam, eu quis viver e educar meus filhos em um lugar com mais qualidade de vida e tranquilidade”, conta a atriz, psicóloga e escritora Maria Paula Fidalgo.

Maria Paula integra a série OS SESSENTA DE BRASÍLIA, que registra a vida e a experiência de brasileiros, alguns ilustres, outros desconhecidos, todos absolutamente fundamentais na construção da História da cidade que hoje proporciona a melhor qualidade de vida do País. É a declaração de amor da equipe do Diário do Poder a Brasília.

Embaixadora da Paz desde 2016, ela conserva a mesma irreverência e aquela risada inesquecível para os fãs dos anos 90 e a primeira década de 2000, que a acompanharam na TV por 16 anos ao lado de Bussunda e os outros Casseta. Nascida em 29 de novembro de 1970, Maria Paula cresceu junto com a Capital. “Eu tenho vívidas memórias da minha infância, andando de bicicleta sozinha pelas quadras do início da Asa Sul, aos seis anos de idade”, conta, ao se recordar dos lanchinhos que ganhava dos vizinhos e dos curativos que eles faziam em seus joelhos em dias de tombo de bike.

“Era um cuidando do outro, uma vida de liberdade e solidariedade que não existe mais”, relembra, saudosa, a ex-aluna do colégio Maria Auxiliadora. “De freiras e só para meninas”, frisa a comediante.

Maria Paulo com a turma do Casseta.

Com 17 anos de idade, a filha do senhor Wilson e da dona Gilka — mineiros de Uberaba e Sacramento, que se apaixonaram aos 20 anos e se mudaram recém-casados para Brasília, quando a cidade nascia — Maria Paula resolve ganhar o mundo. Depois de passar uma temporada em Londres, na Inglaterra, ela volta para o Brasil e vai morar em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Em 1992, forma-se em Psicologia. Durante a graduação, a dinâmica e plural sagitariana também encanta-se pela televisão e aos 19 anos é contratada para ser VJ da MTV Brasil. Desde então, foram 13 programas de TV — entre eles, Radical Chic e Os Normais —, seis filmes — como Doidas e Santas, atualmente em exibição em um canal por assinatura —, e seis peças de teatro, além dos artigos que escreve para os jornais Folha de S. Paulo e Correio Braziliense (desde 2005).

Cartaz do filme “Doidas e Santas”.

Com um destino conspirando pelo retorno a Brasília, Maria Paula foi aprovada, em 2016, para o mestrado em psicologia pela UnB. Ela, então, voltou acompanhada dos seus dois filhos com o músico João Suplicy (filho dos políticos Marta e Eduardo Suplicy): Maria Luísa, atualmente com 15 anos, e Felipe, 11.

Além da missão na Embaixada da Paz e dos trabalhos como psicóloga, atriz, apresentadora e palestrante, Maria Paula também é embaixadora da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, título que enche a atriz de orgulho. Por duas vezes — em 2004 e 2006 — ela foi convidada pelo Ministério da Saúde para ser madrinha da Campanha Nacional de Amamentação. “Maior honra do mundo”, destaca a “ex-boêmia” (como ela brinca), que há anos acorda às 5h para começar o dia meditando.

Porta-voz da cultura de paz, a inspiradora Maria Paula tem um grande desejo. “Ver Brasília ser a capital da paz mundial”, diz a atriz, ao lembrar dos sonhos de Dom Bosco e do plano arquitetônico da cidade “inspirado em um local do Egito que tinha o intuito de ser uma civilização sem corrupção”, como ela ressalta.

Encantada com a natureza exuberante do Planalto Central — especialmente, a Chapada dos Veadeiros — Maria Paula Fidalgo tem como um dos principais propósitos de vida criar redes de ação para o desenvolvimento da humanidade. “O crime é organizado; a paz, ainda não”, observa a musa, que defende uma “uma nova maneira de agir, uma nova maneira de viver, em que a paz prevaleça sempre!”.

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