Trump mudou de ideia

Após divulgar que o Brasil estava fora, EUA aplicam restrição ao aço e alumínio

Reciprocidade: governo do Brasil pode retaliar medida dos EUA

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Foto: Argosfoto

Após divulgar na segunda-feira (30) que havia decidido eximir o Brasil das novas tafifas, o governo dos Estados Unidos mudou de ideia e decidiu interromper as negociações com o País e aplicar, imediatamente, as sobretaxas para a importação de aço e alumínio que estavam temporariamente suspensas ou, de forma alternativa e sem possibilidade de negociação adicional, cotas restritivas unilaterais.

De acordo com o governo, a Casa Branca ofereceu ao Brasil a opção de sobretaxa ou quotas de exportação. O setor de alumínio preferiu a primeira e, o de aço, a segunda.

As tarifas entraram em vigor no dia 23 de março para todos os países, exceto Canadá e México. No caso de Brasil, Austrália, Argentina, Coreia do Sul e União Europeia, houve acordo preliminar para isenção temporária da sobretaxa até 30 de abril, quando chegou ao final o prazo das negociações.

No dia 30 de abril, o governo dos Estados Unidos informou ter chegado a acordo preliminar no que diz respeito às restrições às importações de aço e alumínio provenientes do Brasil, cujos detalhes seriam finalizados em até 30 dias. Entretanto, em nota divulgada nesta quarta, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e o Ministério das Relações Exteriores informaram que os EUA decidiram interromper as negociações e aplicar medidas restritivas imediatamente.

“No dia 26 de abril, as autoridades norte-americanas informaram decisão de interromper o processo negociador e de aplicar, imediatamente em relação ao Brasil, as sobretaxas que estavam temporariamente suspensas ou, de forma alternativa e sem possibilidade de negociação adicional, quotas restritivas unilaterais”, diz a nota.

No nota, os ministros lamentam que o processo negociador com os EUA tenha sido interrompido e reiteram que o País segue aberto a construir soluções razoáveis para ambas as partes. Marcos Jorge e Aloysio Nunes também reafirmam “convicção de que eventuais medidas restritivas não seriam necessárias e não se justificariam sob nenhuma ótica”. Além disso, ressaltam que “quaisquer medidas restritivas que venham a ser adotadas serão de responsabilidade exclusiva do governo dos EUA. Não houve ou haverá participação do governo ou do setor produtivo brasileiros no desenho e implementação de eventuais restrições às exportações brasileiras”.

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