Discriminação cruel

Anvisa aprovou, mas Saúde nega vacina a menor com comorbidade

Ministro Queiroga mandou imunizar 30 mil militares saudáveis, em Brasília

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Jack Corrêa explica que não pede para seu filho de 17 anos, portador de comorbidade severa, mas para todos os menores que, como ele, precisam ser imunizados.

Menores de 18 anos portadores de comorbidades sofrem uma discriminação cruel, dos responsáveis pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Não importa a gravidade do mal que enfrentam, ainda não foram autorizados a receber vacina contra covid-19.

O Ministério da Saude se recusa a cumprir recente recomendação da Anvisa, agência reguladora de vigilância sanitária, que liberou a aplicação de vacinas da Pfizer em pessoas a partir dos 12 anos. A resolução da Anvisa foi provocada por uma solicitação do laboratório norte-americano.

O que parecia ser uma esperança para milhares de famílias com filhos na faixa etária dos 12 aos 18 anos, virou um pesadelo. É o drama vivido por um filhos de Jack Corrêa, um dos mais requisitados titulares de escritório de consultoria de Brasília.

É que seu filho Guilherme, de 17 anos e seis meses, é portador de uma comorbidade grave e raríssima, a Síndrome de Snyder Robinson, e já poderia ter sido imunizado com vacina da Pfizer, já autorizada pela Anvisa, mas, para isso, o Ministério da Saúde e o PNI precisam liberar a aplicação.

A Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal explicou que não pode vacinar sem a autorização do PNI do Ministério da Saúde.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, alega não ter doses suficientes, mas autorizou a vacinação de 30 mil militares em Brasília, todos fortes e saudáveis.

Também a população carcerária foi imunizada no DF e em quase todos o país, mas menores portadores de comorbidades continuam impedidos.

“Entrei na Justiça de primeira instância, mas o juiz negou o meu pedido”, relata Jack Corrêa, desolado.

“Se a vacina foi liberada para comorbidades de 18 a 57, porque não pode sê-lo para jovens com comorbidades de 12 a 18?”, pergunta.

Jack deixa claro que nada pede apenas para seu filho, “mas para todos os jovens que tenham comorbidade”.

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