Radicalização ampliada

Três mil militares dizem não a Renan Filho e agora querem reajuste de 29%

Tropa diz não a Renan Filho

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Assembleia reuniu mais de três mil militares e rejeitaram proposta de 10% parcelados em quatro anos, a partir de 2019 (Foto: Rafael Maynart/Gazetaweb)

Agentes de segurança pública que passaram três anos sustentando a popularidade do governo Renan Filho (MDB), a partir da redução histórica da violência em 2015, passaram de trunfo eleitoral à grande ameaça à sua reeleição. Há menos de seis do pleito, mais de três mil integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Alagoas se reuniram à frente da sede do Governo de Alagoas para dizer não à proposta de 10% de reajuste parcelado em quatro anos, oferecida pelo governo ao movimento que ameaça paralisar o policiamento no Estado.

Na assembleia geral realizada à porta do Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió, policiais e bombeiros demonstraram indignação diante da previsão do governo de iniciar a reposição salarial acumulada desde 2015 somente a partir de 2019. E ainda decidiram ampliar para 29% a proposta de reajuste salarial, para que haja uma equiparação à reposição concedida recentemente à classe dos delegados da Polícia Civil, a ser aplicada em 2019.

Ainda descartando um aquartelamento, será ampliada a radicalização que já resultou no boicote legal aos serviços voluntários de policiamento dos programas Força Tarefa e Ronda no Bairro, criados por Renan Filho e exaltados na propaganda oficial.

Veja o momento em que a tropa diz não à proposta de Renan Filho, registrado pelo portal Gazetaweb:

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MOVIMENTO ENDURECE

O novo cronograma da operação padrão, preparado pelas associações militares com apoio de oficiais comandantes de diversos batalhões foi divulgado durante a assembleia, e prevê a exigência de comprovação da validade das munições entregues nas unidades policiais; diminuição das abordagens que passam a ser feitas somente em casos de suspeitas ou flagrantes; exigência de uso de equipamentos de proteção individuais (EPIs) para policiamento em motocicletas; intensificação de fiscalização em prédios públicos, cinemas, comércio, hotéis e restaurantes; aplicação de multas de trânsito somente no estrito flagrante administrativo; atingir 100% do boicote à Força Tarefa e Ronda no Bairro; e não sair com as viaturas da Força Tarefa, caso seu documento apresente o veículo como de cor predominantemente branca.

Um dos motivos para a radicalização da tropa foi a divulgação, pelo governo, de notícia que exaltava que a folha de pagamento teve um aumento de cerca de 50% desde 2015. Associações militares chegaram a publicar nota, acusando o governo de mentir e usar de desonestidade intelectual, porque não explicou que tal acréscimo na folha diz respeito ao aumento vegetativo da folha, em relação à contratação de novos militares e o fluxo normal da carreira previsto em lei. “O único reajuste que o Governo concedeu foi 5% em 2015”, dizem as associações militares.

No início da semana passada, o governo ofereceu 3,8%, em resposta ao pedido de 10,61% feito pelas tropas. Em depois da ameaça de aquartelamento, na sexta-feira (6), ampliou o percentual para 6%, rejeitado na mesa de negociações pelas associações militares; depois subiu para 10% em seguida, divididos em quatro vezes, sendo 4% em 2019 e 2% nos três anos seguintes. E o governador Renan Filho declarou, na manhã desta terça-feira, que este percentual é o teto para não comprometer as finanças do estado de Alagoas.

Veja as orientações para a operação padrão:

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