Chapa sem cabeça

Téo Vilela ajuda Renan, ao sugerir Rodrigo Cunha disputando o Senado

Tirar Rodrigo Cunha da disputa pelo governo agrada antigo aliado

acessibilidade:
Teotonio Vilela Filho desistiu de disputar o Senado e sugere deputado como nome tucano para senador (Fotos: Divulgação)

Na contramão do esforço do prefeito de Maceió (AL), Rui Palmeira (PSDB), para tornar o deputado estadual Rodrigo Cunha o candidato do PSDB a governador de Alagoas, o ex-governador tucano Teotonio Vilela Filho tentou convencer o jovem parlamentar a disputar uma das duas vagas ao Senado. A argumentação, já vista como pressão, reacendeu a tese de 2014, de que o posicionamento de Téo Vilela visa favorecer sua aliança histórica com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que luta para se reeleger. Mas Téo afirma que apoiará qualquer decisão do parlamentar tucano.

A avaliação atribuída a Téo Vilela seria de que Rodrigo Cunha tem melhor chances de vitória  na briga pelo Senado. Mas o fato é que uma eventual campanha de Cunha ficaria mais sujeita à “desidratação”, caso o deputado tucano ingresse na busca pelo cargo de senador, sem uma cabeça de chapa forte, nem coligação que lhe garanta estrutura para a campanha e tempo de propaganda eleitoral.

Uma chapa avulsa pelo Senado, rumo natural de uma candidatura sem nome forte ao governo, renderia a Cunha menos de um minuto de tempo de propaganda eleitoral na TV. O que poderia fazê-lo seguir os passos de campanhas como as de Arthur Virgílio (PSDB-AM), César Maia (DEM-RJ) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), que perderam as eleições de 2010, porque disputaram o Senado sem uma cabeça forte na chapa para o governador.

MAIS FORTE NO GOVERNO

Téo e Renan são aliados históricos em Alagoas (Foto: Agência Alagoas)Com Rodrigo Cunha disputando o Governo de Alagoas, seu discurso contra o enredo de denúncias contra o clã Calheiros traria bem mais danos à campanha do senador Renan e do governador Renan Filho (MDB). E, neste cenário mais competitivo, seriam ampliadas as chances de que Cunha tem chances de disputar um segundo turno contra o projeto de reeleição do governador herdeiro de Renan.

Sem candidatura forte ao governo, uma candidatura de Rodrigo Cunha ao Senado transformaria o deputado em alvo fácil para o grupo político aliado aos Calheiros, que conta com o apoio de pelo menos 25 dos 27 deputados estaduais. E ainda facilitaria com que Renan fortalecesse seu projeto de reeleição ao Senado, atrelando sua campanha à de um governador sem adversários competitivos.

O rumo natural da ascensão política de Rodrigo Cunha era, incialmente, uma disputa pelo mandato na Câmara dos Deputados, o que o colocaria na coligação do sobrinho de Téo, o deputado federal Pedro Vilela (PSDB-AL), que tenta articular sua candidatura à reeleição.

Diário do Poder questionou ao ex-governador e ex-senador Teotonio Vilela Filho, se ele estava mesmo tentando convencer Rodrigo Cunha a ser candidato a senador, numa atitude que favoreceria Renan. E quis saber se o embate entre o parlamentar tucano e Renan Filho não fortaleceria mais a oposição. Eis a resposta:

“Aprendi com meu pai que em política não se deve convencer ninguém a ser candidato… A decisão é da pessoa e pronto. A decisão que o Rodrigo tomar, seja para candidatura à deputado federal, senador ou governador, terá meu apoio entusiasmado! É isso”, respondeu Téo Vilela, que desistiu de disputar o Senado.

Há dez dias, Rodrigo Cunha participou de uma reunião com Téo Vilela e o marqueteiro Einhart Jacome da Paz. Encontro no qual foi debatido o cenário eleitoral, com ênfase para a disputa pelo Senado. Mas o prefeito de Maceió e presidente do PSDB em Alagoas, Rui Palmeira, segue apoiando o nome de Rodrigo Cunha para disputar o governo de Alagoas.

Por meio de sua assessoria, o marqueteiro Einhart cofirmou que esteve almoçando com Cunha, mas esclareceru que o encontro não foi na presença do Teotonio Vilela Filho, nem a pedido dele. “Foi uma conversa informal, em um restaurante de Maceió. Na ocasião, conversaram apenas sobre o panorama político de Alagoas. Nunca houve a intenção de influenciar qualquer decisão de candidatura”, disse a assessoria de Einhart.

Reportar Erro