SEM AÇÃO

Renan Filho perde interesse por preço da gasolina, após virar meme

Governador anunciou 'redução' em 2017 e Alagoas mantém 2ª gasolina mais cara do NE

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Renan Filho anunciou redução promocional de preço da gasolina em 2017 como se fosse uma ação do governo, mas alta aconteceu no dia seguinte (Reprodução Facebook)

Em menos de um ano, o tema do preço de combustíveis deixou de ser importante para o governador de Alagoas Renan Filho (MDB). No terceiro dia de retorno de suas férias o emedebista não se manifesta sobre a mobilização histórica em busca de preços mais justos nos postos. Cobrado pelo deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB-AL) por manter alíquota de 29% de ICMS sobre a gasolina, o governador escalou seu secretário da Fazenda, George Palermo Santoro, para rebater o oposicionista. O que conseguiu foi evidenciar que seu governo não se interessa em ajudar a solucionar o problema no Estado que tem, de fato, o 8º maior preço médio da gasolina comum do Brasil e o 2º maior do Nordeste.

Em julho do ano passado, o governador alagoano virou meme nas redes, ao aproveitar uma promoção de postos para anunciar que seu governo teria garantido uma redução do preço da gasolina para R$ 3,20, um dia depois de a Fazenda Estadual publicar que seria de R$ 3,7340 o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) para o cálculo do ICMS sobre a gasolina, chamado de valor de pauta. No dia seguinte, o preço da gasolina foi a R$ 3,75. E, nesta semana, variou em torno de R$ 4,69.

Fato é que, após ser desmentido pelo deputado Bruno Toledo (PROS-AL) pela ação de marketing frustrada, na Alagoas real, R$ 29 a cada R$ 100 de gasolina abastecidos continuam seguindo para os cofres estaduais. A diferença é que o governador anda calado e o consumidor com cada vez menos combustíveis no tanque, com o PMPF da gasolina comum tendo sido ampliado de R$ 3,7340, em julho de 2017, para R$ 4,3688, que é o 8º maior valor do Brasil, em vigor desde 16 de maio deste ano, após divulgação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Veja o meme, reproduzido pelo jornalista Kleverson Levy:

SEM PROPOSTA

O Diário do Poder questionou às assessorias do governo de Alagoas e da Sefaz, se havia alguma iniciativa do governador ou da Sefaz, para redução de preço de combustíveis. A assessoria do governo não respondeu, mas a Sefaz encaminhou a seguinte posição do secretário George Santoro, que evidencia a ausência de propostas para o problema.

“Qualquer redução de carga tributária, após a lei complementar nº 160/2017, depende da decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o qual está deliberando o assunto. Desta forma, estamos aguardando a decisão por unanimidade”, disse o secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, que integra o Confaz e não expôs a posição do governo estadual sobre o tema.

AJUSTE DE 2015

O deputado Rodrigo Cunha, pré-candidato a senador pelo PSDB, atribuiu a responsabilidade sobre a carga tributária sobre a gasolina ao governo de Renan Filho e à maioria de seus colegas parlamentares que aprovaram o pacote de ajuste fiscal em 2015, em meio ao seu alerta de que aquela decisão impactaria diretamente a vida dos alagoanos, por aumentar o imposto cobrado sobre a gasolina.

O tucano afirmou que, ao estabelecer essa composição do preço de um litro de gasolina, somente em tributos, no Estado de Alagoas é cobrado R$ 1,91, sendo que R$ 1,26 somente de tributo estadual. Mas foi desmentido por Santoro, por citar que a situação levaria Alagoas a ter a 7ª carga tributária mais alta do País e a 2ª do Nordeste, com relação ao ICMS sobre a gasolina.

“Os últimos acontecimentos relacionados à greve dos caminhoneiros demonstrou a importância da participação política e do exercício da cidadania. Começamos com uma situação pontual, que é a questão do diesel, mas hoje já são realizadas discussões nacionais, desde a escolha do modelo rodoviário, como também a lógica adotada pela nossa carga tributária”, observou Rodrigo Cunha, que reafirmou os dados negados por Santoro.

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