Relator de comissão do Congresso cobra da Braskem indenizações por tragédia em Maceió

Parlamentares integrantes da Comissão Externa do Congresso Nacional que investiga o afundamento de bairros em Maceió (AL) realizaram nesta sexta-feira (13) uma visita técnica às áreas de maior risco da tragédia geológica causada pelas operações de extração de sal-gema realizadas pela Braskem.

Os danos geológicos atingem os bairros do Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro e Mutange, e os deputados Marx Beltrão (PSD-AL), João Henrique Caldas, o JHC (PSB-AL), além do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) cobram agilidade nas medidas de socorro às vítimas.

Durante a visita, o relator da comissão e coordenador da bancada federal alagoana, deputado Marx Beltrão (PSD-AL), disse que a Braskem não pode adiar mais o processo de remoção e indenização dos moradores das demais áreas atingidas pelas rachaduras e afundamentos.

“É necessário que não somente os moradores do Mutange sejam realocados e tenham seus prejuízos ressarcidos. Uma simples caminhada pela região, especialmente do Pinheiro e em localidades com os conjuntos Divaldo Suruagy, Jardim Acácia e arredores, mostra a tragédia que as rachaduras causaram na vida dos moradores com prejuízos imensos do ponto de vista financeiro e emocional”, disse Marx Beltrão.

A comissão presidida pelo deputado federal JHC iniciou as vistorias pela casa da família de Rinaldo Januário, que deixou a residência há nove meses, após mais de 30 anos morando no bairro do Pinheiro. Com rachaduras profundas e estrutura comprometida, a casa teve danos iniciados há pelo menos 14 anos.

O vereador de Maceió, Francisco Salles (PPL), também acompanhou a comitiva, que promoveu na Igreja Batista do Pinheiro uma audiência com moradores e líderes comunitários, que participaram das vistorias nos imóveis dos bairros atingidos.

“É muito importante esse contato com os moradores, vir aqui, sentir um pouco do que eles sentem e ouvi-los. Eles não estão sozinhos”, disse o senador Rodrigo Cunha.

Rinaldo Januário de Oliveira sofre com rachaduras em sua casa no Pinheiro, onde problemas ocorre em ruas e imóveis do bairro de Maceió. Foto: Raul Spinassé/Folhapress/Arquivo

Evacuação e indenizações

Ainda sem admitir culpa, nem tratar de valores, a Braskem anunciou na semana passada ações do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação dos moradores que estão dentro da área de resguardo em torno dos poços de extração de sal-gema. E iniciou na terça (11) visitas aos imóveis localizados na área de resguardo em torno de 15 de seus poços de sal.

A mineradora informou hoje que mais da metade dos moradores dessas áreas de maior risco, a área de resguardo, já receberam os técnicos sociais da empresa. “Até ontem, 273 visitas haviam sido feitas, com o objetivo de identificar os imóveis e realizar a pesquisa sobre as famílias. As visitas prosseguem hoje e amanhã, e a previsão é de que todos os imóveis sejam visitados até a abertura da Central do Morador, na quarta-feira, 18 de dezembro”, disse a Braskem.

As datas de realocação dos moradores de área de risco do Mutange foram divulgadas ontem. Até 15 de janeiro de 2020 deverão ser desocupados 500 imóveis da chamada área de resguardo do plano cumprido pela Braskem, para o fechamento definitivo de suas minas.

A previsão é de que até 15 de fevereiro de 2020 sejam realocadas 740 famílias da área de encosta do Mutange para imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida.

Para agendar a primeira reunião na Central, os moradores devem ter recebido as duas visitas dos técnicos sociais. O agendamento pode ser feito a partir do dia 17, pelo telefone gratuito 0800-006-3029 ou no Posto de Atendimento e Informação. No site www.braskem.com.br/alagoas há uma lista de documentos que devem ser providenciados para essa primeira reunião e mais informações sobre o Programa.