Modelo para o Brasil

Programa alagoano de tratamento do infarto é destaque em evento internacional

Experiência que atendeu 40 mil pacientes em dois anos foi exposta no 11º Emics, na Colômbia

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Ricardo Cesar Cavalcanti no 11º Emics na Colômbia. Foto: Divulgação

Cardiologia alagoana foi destaque internacional com o programa de tratamento do infarto agudo do miocárdio durante o 11° EMICS, encontro de Expressões Mundiais da Cardiologia, realizado nos dias 10 e 11 desse mês, em Cartagena-Colômbia. O encontro contou com especialistas de 16 países da América Latina, Europa, Ásia, América do Norte e Central.

O médico alagoano Ricardo César Cavalcanti, diretor-presidente do Hospital do Coração e coordenador do Programa de Infarto em Alagoas esteve no evento para compartilhar a sua experiência e apresentar os resultados de dois anos da iniciativa em Alagoas. Neste período, mais de 40 mil pacientes foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas, e foram realizados 1.500 cateterismos e cerca de 1.000 angioplastias, sendo 446 angioplastias primárias, ou seja a angioplastia de urgência nas primeiras 12 horas do infarto.

O Programa Alagoano do Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio foi implantado em 2015 com o intuito de ampliar o acesso dos pacientes da rede pública de saúde à técnica mais avançadas do mundo nos exames e tratamento cardiovasculares.

Os números do programa colocaram Alagoas acima da média nacional na realização deste tipo de procedimento, que, segundo dados do DATASUS de 2017 foram: Média Nacional, 5,7; Nordeste, 4,8; e Alagoas 7,1. Dados que concederam ao Estado, em 2017, o prêmio do Programa LATIN (Latin America Infarct Network ) de melhor performance em diagnóstico e tratamento do infarto no Brasil, e que resultou no convite para apresentação do programa durante o 11° EMICS.

“Uma honra receber esse convite para apresentar o Programa Alagoano do Infarto Agudo do Miocárdio para 16 países. Com apenas três anos de existência tornou-se um modelo para o país e agora mais uma boa referência para o mundo”, declara Dr. Ricardo Cavalcanti.

Segundo Cavalcanti é nítida a mudança se observados os dados do DATASUS para o período compreendido entre 2010 e 2014, em que apenas seis angioplastias primárias foram realizadas em Alagoas, comparado aos 446 procedimentos feitos na atualidade. A análise apontou ainda mortalidade de apenas 5.2% para os pacientes atendidos no Programa, sendo que ainda segundo o DATASUS, em 2014 a mortalidade Estadual foi de 19%. E chegando mesmo a atingir 26% no interior do Estado.

A implantação e evolução da assistência às vítimas de infarto em Alagoas é fruto de um Programa de Estado, através de parceria da Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (Sesau) com a Fundação Cordial, braço social do Hospital do Coração de Alagoas, através da qual os pacientes podem ser tratados adequadamente no Hospital Geral do Estado (HGE), graças a uma grande integração entre as UPAs, SAMU e o próprio HGE. Uma parceria que está salvando vidas e reduzindo a incapacitação para o trabalho, além de colocar Alagoas entre os estados mais atuantes do país, e agora, em destaque internacional. (Com informações da Fundação Cordial)

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