Prefeito vê vandalismo em ato grevista e juiz veta invasões a órgãos de Maceió

O prefeito de Maceió (AL), Rui Palmeira (PSDB), chamou de vandalismo a invasão de grevistas do prédio da Secretaria Municipal de Economia, no Centro, em ato que impediu o atendimento ao público nesta sexta (20). E o juiz Antônio Emanuel Dória concedeu liminar em favor da Prefeitura de Maceió, determinando a desobstrução do acesso à Semec e proibindo que o movimento de servidores municipais ocupe quaisquer prédios públicos, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento, além de multa de R$ 50 mil em caso de reincidência.

Rui Palmeira informou à imprensa que pedirá à Justiça a decretação da ilegalidade da greve iniciada na última terça-feira (17) e considerada pelo prefeito tucano como “frágil e com baixa adesão”. E reafirmou que o Município não pode ir além da proposta de 3% de reposição salarial.

“A gente já ofereceu os três por cento. Agora, temos um jogo político. Os quinze por cento [reivindicados pelos servidores] são uma brincadeira de mau gosto. A proposta do Município é resultado de muito aperto e enxugamento. É o nosso limite. Não passará disso. Ainda assim, decidiram pela greve”, disse o prefeito tucano, à Gazetaweb, durante solenidade de troca de comando da Capitania dos Portos de Alagoas, em Jaraguá.

Segundo Rui Palmeira, os serviços seguem funcionando normalmente o ponto de quem aderir à greve será cortado.

“Os que não querem trabalhar tentam forçar a maioria a aderir ao movimento. Hoje, infelizmente, alguns sindicatos trancaram as portas da Secretaria de Economia, o que considero um ato de vandalismo. Mas a Justiça já nos concedeu um interdito proibitório. Vamos ingressar com o pedido de ilegalidade desta greve descabida e cumprir disposição do STF [Supremo Tribunal Federal] para proceder o corte dos grevistas”, emendou.

Justiça contra abusos

A decisão judicial atingiu os sindicatos dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal); dos Servidores Públicos do Município de Maceió e Região Metropolitana (Sindspref) e dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho do Estado (Sindprev/AL).

Segundo o juiz Antõnio Emanuel Dória da mesma forma que o direito de greve é assegurado pela Constituição Federal, a vedação ao seu exercício abusivo também está prevista.

“É certo que a invasão de prédios públicos, com impedimento do funcionamento das atividades regulares, além de claro abuso, afeta o interesse público, na medida em que impede o exercício de direito de terceiros que precisam ter acesso ao serviço público”, afirmou o juiz, na decisão.

Ainda segundo o magistrado, representantes da força policial deverão acompanhar o oficial de justiça para garantir o cumprimento da decisão.

‘Sem vandalismo’

A presidente do Sinteal, Consuelo Correia, criticou a fala do prefeito Rui Palmeira e negou que os servidores tenham praticado algum ato de vandalismo. “Nós não somos vândalos, nem cometemos ato de vandalismo algum. Estivemos lá de maneira pacífica. Inclusive, conversamos com o coronel Ivon Berto, que é secretário municipal. Nós queremos trabalhar e estamos apenas buscando os nossos direitos. Queremos a valorização da nossa categoria”, afirmou a sindicalista. (Com informações da Gazetaweb e da Dicom TJAL)