'Carros de estouro'

Operação Taxa Zero prende quadrilha por lesar banco em compras de carros, em Alagoas

Veículos eram comprados com dados falsificados, para serem revendidos por valores irrisórios

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Por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o Ministério Público Estadual (MPAL) e o Batalhão de Polícia Rodoviária de Alagoas (BPRv) deflagraram nesta sexta-feira (6) a Operação Taxa Zero, para prender nove integrantes de uma quadrilha de estelionatários, fraudadores e falsificadores, acusados de integrar um esquema de compras e vendas ilícitas de veículos. A ação iniciou na madrugada, nos municípios alagoanos de Maceió, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos.

Além dos nove mandados de prisão, 12 mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.

O Gaeco, o Serviço de Inteligência do BPRv e o Núcleo de Gestão da Informação (NGI) do MP de Alagoas iniciaram as investigações em meados de junho deste ano. E concluíram que o grupo criminoso era chefiado por uma empresária e proprietária de um bistrô, identificada apenas pelo seu primeiro nome, Daniela.

“Ela [Daniela], o marido Valtemir e o filho Daniel são os cabeças do esquema que envolve a compra de veículos novos (zero quilômetro) utilizando os financiamentos do Banco Volkswagen”, afirma o MPAL.

O Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) deu suporte às investigações fornecendo informações relevantes para a descoberta do esquema criminoso. A operação conta com a participação de guarnições do Batalhão de Radiopatrulha (BPRp) e do capitão Rodrigo Rodrigues.

O esquema

Segundo o MPAL, a quadrilha também teria como integrantes mais três pessoas identificadas como Letícia, Frederico Barros e Alysson. Sendo que Letícia e Frederico Barros cooptavam clientes para Daniela.

Com informações privilegiadas de uma falha no sistema de financiamento do Banco Volkswagen, e a oportunidade do banco para adquirir veículos zero quilômetros financiados, os estelionatários conseguiam efetuar compras para eles e também para terceiros, de acordo com as investigações.

Os modelos Amarok, Polo e T-Cross eram os alvos preferidos da quadrilha, que garantia a aquisição dos veículos, falsificando documentos e, de forma fraudulenta, conseguindo descontos. Um contador, identificado como Abelardo, é quem dava suporte à quadrilha na falsificação de documentos, segundo o MPAL.

Os investigadores ainda apontam que, em São Miguel dos Campos, dois vendedores identificados como Lucivaldo e Mônica facilitavam a aquisição dos veículos para o grupo criminoso, em troca de propina paga por Daniela.

O lucro estimado por venda era de R$ 2 mil a R$ 6 mil reais, variando de acordo com a titularidade do proprietário. Se o comprador fosse colocar o veículo em seu nome, era um preço, se fosse em nome de terceiros mudava.

Após as compras dos veículos, os criminosos revendiam para terceiros por preços considerados irrisórios, esquema conhecido popularmente como “carro de estouro”. Os veículos modelo Gol, por exemplo, eram revendidos entre R$ 6 mil e 10 mil, enquanto os modelos Polo e T-Cross a R$ 40 mil. Já as caminhonetes do modelo Amarok eram repassados pelo valor de R$ 60 mil. (Com informações da Comunicação do MPAL).

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