Pedido de interdição

MP de Alagoas denuncia entidade por arriscar vida de idosos e dependentes químicos

Centro de Recuperação Acolhidos Por Cristo mantinha 11 internos em condição degradante, no Pilar

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Centro de Recuperação Acolhidos por Cristo, no Pilar. Foto: Rodrigo Cortes/Facebook

O Ministério Publico do Estado de Alagoas (MP/AL), por meio da Promotoria de Justiça do Pilar, ajuizou ação civil pública, com pedido de cautela provisória de urgência, para interditar a Comunidade Terapêutica “Centro de Recuperação Acolhidos Por Cristo”, localizada na Chã do Pilar. Segundo o promotor de Justiça, Silvio Azevedo,  a entidade funcionava de forma decadente e colocando em risco a vida dos 11 internos. E um ofício foi enviado à Polícia Civil para a instauração de inquérito por maus tratos e abandono de incapaz.

O MP de Alagoas também investiga se o senhor Rodrigo Gomes Cortês, que se apresenta como administrador da casa de recuperação, teria se apropriado de cartões e da aposentadoria de alguns internos. E o promotor solicitou a devolução de documentos e cartões de aposentadoria dos idosos.

“Ele ficava com os cartões e alguns internos, inclusive, denunciaram que o mesmo se apropriava dos cartões para o recebimento da aposentadoria, mas que o dinheiro era utilizado indevidamente”, denuncia o promotor Silvio Azevedo.

Durante inspeção conjunta do MP e de uma equipe da Vigilância Sanitária Municipal, foram detectadas várias irregularidades, inclusive a ausência de um administrador. E o promotor de Justiça considerou a situação encontrada como degradante.

“Encontramos os próprios internos cuidando de si. No local havia idosos, dependentes químicos e psiquiátricos vivendo em condições desumanas. Era preciso o Ministério Público intervir e evitar um mal pior. Além do abandono familiar, os internos tinham ainda de sobreviver a ausência de higienização, alimentação irregular. Eles não tomavam banho, as camas eram inadequadas, os quartos e banheiros sujos, não havia geladeira e nem fogão. Ou seja, uma estrutura insalubre que esmagava todos os direitos quando ali a busca era por uma assistência digna”, ressalta o promotor.

O Ministério Público, após constatação da precariedade, in loco, acionou a Secretaria Municipal de Assistência Social que enviou uma equipe do Centro de Referência Assistência Social (CREAS), para agilizar acomodação dos internos. De acordo com o promotor, os idosos foram levados para abrigos em Maceió; já os dependentes químicos foram remanejados para o próprio município.

O Diário do Poder tentou contato com o administrador da casa de recuperação, mas não obteve respostas de Rodrigo Cortês. (Com informações da Ascom do MP de Alagoas)

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