Estudo AstroX

Médico com ELA apela a ministro por estudo israelense com células tronco no Brasil

Hemerson Casado criou abaixo-assinado para ampliar estudos sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica

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O cirurgião cardiovascular Hemerson Casado Gama criou um abaixo-assinado eletrônico com o objetivo de sensibilizar o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta a trazer para o Brasil uma pesquisa promissora com células-tronco de embriões desenvolvida em Israel. Diagnosticado desde 2014 com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), o médico alagoano argumenta que o denominado “Estudo AstroX” tem potencial de avançar no tratamento de pessoas com a doença rara, como opção ao alto custo de medicamentos paliativos bancados pelo governo.

O projeto visitado por Hemerson Casado em maio de 2019 já possui ensaios clínicos que estão sendo realizados e coordenados pelo Laboratório Kadimastem, em Israel. Estima-se que o investimento necessário deve custar até U$10 milhões de dólares (aproximadamente R$40 milhões de reais).

Até o fim da tarde desta sexta-feira (28), a petição eletrônica já registrava mais de 163 mil apoiadores, mas a meta é que a campanha atinja pelo menos meio milhão de pessoas.

A proposta encampada pelo instituto criado e presidido por Hemerson Casado é para que o governo federal ofereça subsídios para o projeto, através de instituições públicas de pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o laboratório israelense traga a tecnologia e os profissionais especializados para o Brasil.

Hemerson Casado, explica que células-tronco de embriões tem maior poder de diferenciação em neurônios motores que estão mortos em função da ELA.

“Estamos falando de uma grande esperança para pacientes em estágio avançado da doença, com neurônios motores já mortos. Atualmente, o único recurso que o Brasil oferece aos pacientes com ELA é o medicamento Riluzol, que apenas aumenta a sobrevida de 3 a 5 meses. A melhor solução não é gastar tanto dinheiro na compra desse medicamento, e sim, investir em projetos de pesquisas e trazer estudos clínicos para o Brasil”

Legislação e prospecção

A Lei de Biossegurança, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008, prevê o uso de células-tronco embrionárias para projetos de pesquisa.

Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o uso de terapias alternativas com células-tronco no Brasil. Com a decisão, o Brasil está apto a desenvolver ou até mesmo registrar produtos a partir de células humanas, favorecendo o desenvolvimento de novos produtos terapêuticos.

O ativista integrou a delegação brasileira de pesquisadores que foram convidados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para a missão internacional a Israel, no ano passado. Foram oito dias de prospecção nos centros de pesquisas e universidades nas cidades de Jerusalém, Bersebá e Rehovot.

“Tive a oportunidade de conhecer toda a estrutura do Laboratório Kadimastem e não pensei duas vezes em trazer o estudo AstroX para o Brasil”, destacou.

Os interessados em aderir ao abaixo-assinado podem acessar a petição eletrônica aqui, e ser direcionado para o site Change.org.

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