Ex-ministro assume presidência do PSD de Alagoas e promete crescer para 2022
Deputado quer construir bases nas eleições de 2020, mirando voos mais altos
Após ter frustrado o sonho de se tornar senador, mas se reeleger para a Câmara dos Deputados com a terceira maior votação de Alagoas, o deputado federal Marx Beltrão assume no próximo domingo (16) a Presidência do PSD de Alagoas, com o objetivo de se firmar entre as grandes lideranças políticas do Estado. Ao contrário do que vem sendo especulado, Beltrão não tem interesse em ser candidato a prefeito de Maceió (AL), nem demonstra estar de olho na sucessão do governador Renan Filho (MDB). Sua meta é crescer e ganhar musculatura política para qualquer que seja o desafio em 2022.
O deputado que coordena a bancada federal de Alagoas no Congresso Nacional ganhou maior projeção política com ações como ministro do Turismo do governo de Michel Temer (MDB). E aposta no PSD como um dos protagonistas das eleições de 2020, seja encabeçando as chapas ou como vice das 102 prefeituras alagoanas, bem como elegendo vereadores. Por isso, assumirá o comando da sigla, substituindo seu irmão Maikon Beltrão, que deve disputar a prefeitura de Coruripe.
Quarta maior bancada da Câmara dos Deputados e segunda maior no Senado, o PSD, em Alagoas, ainda não definiu com qual dos maiores grupos políticos do Estado deve compor nas próximas eleições, inclusive na capital alagoana, porque pretende ser protagonista e debater de igual para igual com as maiores forças políticas do Estado. Para isso, precisa construir bases consolidadas para 2020 que, a depender de sua dimensão, ajudarão Marx a alçar voos maiores em 2022.
A necessidade de fortalecer a musculatura partidária pode garantir ao ex-ministro o suporte que não teve em 2018, quando foi traído pela promessa descumprida de apoio para que disputasse o Senado pelo MDB, mesmo com tal compromisso divulgado através de nota do presidente estadual de seu antigo partido, o senador Renan Calheiros (AL).
Se fizer um PSD mais forte, Marx Beltrão evitará o vexame de ter sido traído pelo aliado do MDB e, ainda assim, ter de permanecer no grupo pela sua dependência de outras forças políticas, como ocorreu em 2018, ao perder espaço para o também ex-ministro dos Transportes Maurício Quintella Lessa (PR-AL), que foi o candidato ao senado derrotado nas urnas na chapa de Renan.
Com o apoio do presidente nacional da sigla Gilberto Kassab e a intensificação das articulações eleitorais neste segundo semestre de 2019, o deputado quer estar presente no PSD, para evitar as recorrentes frustrações de seus aliados quando procuram por um diálogo direto com o maior nome do partido em Alagoas.
A nova liderança do PSD, aliada ao trabalho como parlamentar e na coordenação da bancada alagoana, pode levar Marx Beltrão ao posto de articulador político independente, o contrário do que demonstrou ser em 2018.