Livres e incomunicáveis

Bloqueador de celulares de presídios prejudicam maceioenses, que irão à Justiça

Equipamentos para combater crimes prejudicam vizinhança do sistema prisional, em Maceió

acessibilidade:
Sistema Prisional em Maceió (AL). Foto: Google

Medida importante para o combate ao crime organizado, a instalação de bloqueadores de ligações da telefonia celular no Sistema Prisional de Maceió (AL) afetou a vida cotidiana da população que mora no entorno do complexo penitenciário, na periferia da capital alagoana, desde junho de 2018. Sem sinal para realizar o receber ligações, moradores vizinhos dos presídios devem recorrer à Justiça para tentar resolver o problema.

A Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social alegou para a Gazetaweb que ajustes estão sendo feitos para que os bloqueadores não afetem o sinal dos moradores, que dizem estar sendo prejudicados também nos serviços de internet na região.

Em reportagem da jornalista Tatianne Brandão, a universitária Camila Barbosa reclama dos prejuízos à sua rotina no Condomínio Vila Madalena, que fica na BR-104, em frente ao Sistema Prisional. E afirma ser preciso sair de casa e ir para um local mais distante para conseguir fazer uma ligação.

“Não é justo pagar por um serviço e não receber, ou quando receber, ser o mínimo. Pra ter acesso a internet agora, eu tenho que contar com o vento, por exemplo. A depender dele, o sinal vem, mas bem fraco, e não dá pra fazer muita coisa”, disse a estudante.

Segundo os moradores que acionaram a assistência técnica da rede de telefonia, os técnicos das operadoras confirmaram que a interferência é causada pela instalação dos bloqueadores.

“A princípio, era só o sinal de celular mesmo, daí toda vez que eu precisava fazer uma ligação, tinha que ir até os fundos do condomínio, ou sair dele mesmo. Há mais de seis meses que eu não consigo receber uma ligação em casa, todos os meus contatos já estavam avisados e quem precisava fazia a ligação pelo WhatsApp. A pessoa da assistência já confirmou que o problema são os bloqueadores. Por isso que não dá pra fazer nada, da parte deles, no caso”, explicou.

O síndico do condomínio Vila Madalena, Anderson Rizzo, disse à Gazetaweb que o residencial vai entrar com uma ação na justiça para tentar resolver o problema. E uma reunião, na próxima semana, vai reunir os condôminos com o objetivo de criar um abaixo-assinado para juntar ao processo.

“A situação está um absurdo. Estive lá no presídio e disseram que não poderiam fazer nada. Está um caso sério, não temos acesso a internet, as operadores mal pegam, precisa sair do apartamento para fazer uma ligação”, disse Anderson Rizzo.

A assessoria da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social informou que ajustes técnicos estão sendo feitos para que o sinal dos aparelhos que permitem a comunicação externa seja totalmente bloqueado e não afete o sinal dos moradores da região. Ressaltou ainda, que os equipamentos são fundamentais para garantir a ordem e disciplina no cárcere, inibindo ações criminosas e fortalecendo a segurança. (Com informações da Gazetaweb)

Reportar Erro