HERDEIRO DOS BELTRÃO

Irmão de ex-ministro do Turismo é preso por receptação, em Alagoas

Policiais filmaram momento em que Thalys Beltrão foi preso com baterias de torres de telefonia, arma e munições

acessibilidade:
Thalys Beltrão Siqueira foi preso material receptado de roubo. Foto: Facebook e Divulgação

Filho do deputado estadual alagoano João Beltrão (PRTB-AL) e irmão do deputado federal e ex-ministro do Turismo Marx Beltrão (PSD-AL), Thalys Beltrão Siqueira foi preso em flagrante pelo setor de inteligência da Polícia Civil de Alagoas, sob a acusação de receptação de produtos de crimes e de infringir o Sistema Nacional de Armas. O delegado Leonardo Assunção lavrou o auto de prisão em flagrante na madrugada desta segunda-feira (2), e não arbitrou fiança. Mas o acusado foi liberado pela Justiça, após audiência de custódia.

Com Thalys Beltrão foram encontradas 16 baterias de gel usadas em torres de telefonia celular, avaliadas, cada uma, em cerca de R$ 8 mil. O integrante do clã Beltrão também estava com uma pistola Glock 380 com três carregadores e 30 munições. E portava certificado de registro de atirador e guia de transporte.

A mercadoria apreendida teria sido roubada, segundo a polícia, e foi encaminhada para a Central de Flagrantes. Mas a defesa do acusado vê arbitrariedade na ação policial.

Veja o momento da prisão filmado por policiais:

O Diário do Poder não obteve mais informações sobre o local e circunstâncias da prisão. E não conseguiu contato com os parlamentares, nem com o delegado Leonardo Assunção.

‘Delegado quer aparecer’

O advogado de Thalys Beltrão, Gedir Campos de Medeiros Junior, informou ao Diário do Poder que seu cliente foi libertado após audiência de custódia em que a Justiça sequer homologou o flagrante por porte de arma, porque o filho do deputado João Beltrão é atirador desportivo e portava todos os documentos necessários para transportar a arma e os acessórios.

Gedir Medeiros afirmou ainda que o flagrante por porte de arma foi “absolutamente ilegal” e que o delegado Leonardo Assunção, “decerto queria aparecer no jornal por conta da família do acusado”.

Sobre a acusação de receptação, ele afirmou que, em tese, ela seria, “no máximo, culposa”. E esclareceu que o valor de mercado das baterias não seria de R$ 8 mil, mas de R$ 700 a R$ 800.

Leia a posição da defesa de Thalys Beltrão:

“Ele passou pela audiência de custódia e a juíza, corretamente, sequer homologou o flagrante pelo porte de arma. O delegado foi arbitrário ao efetuar o flagrante por esse fato eis que o Thalys é atirador desportivo e estava portando todos os documentos necessários para o transporte de sua arma e demais acessórios. Tanto é que a juíza além de não homologar o flagrante pois esse foi absolutamente ilegal, determinou a imediata devolução da arma a seu dono. Ele como atirador esportivo tem o direito de transportar e estar com a arma, acessórios e até 750 munições. Ele estava com 30 somente. Tudo absolutamente legal.

O delegado agiu de forma ilegal ao fazer o flagrante por esse falso crime. Deve ter feito isso unicamente para a pena somada a outra não dar direito a fiança arbitrada por ele próprio. Decerto queria aparecer no jornal por conta da família do acusado.

Em relação a receptação, esta seria no máximo, em tese, culposa. O que nem isso é porque o Thalys adquiriu as baterias de boa fé. Tanto é assim que até termo de garantia original ele recebeu de algumas delas.

Outro fato que merece destaque é quanto ao valor das baterias. Quem disse que cada uma vale 8000 reais é mentiroso. O que consta dos autos é que o pack para alimentar uma torre de celular é que custa esse valor. Cada bateria dessa custa em média 700 a 800 reais.

A pena seria de um mês a um ano para receptação culposa, o que não poderia gerar sequer inquérito. Tinha que ser feito um TCO e liberar o rapaz imediatamente.

Ele pagou o valor de mercado pelas baterias usadas. Não sabia que eram objeto de crime. A juíza da audiência de custódia determinou a imediata devolução de tudo que estava com ele menos as baterias.

Só deu esse problema por conta de quem ele é filho. O delegado quer aparecer. Ele estava com toda a documentação que autorizava ele a estar transportando a arma de treino dele. Tem autorização do Exército para isso. Ele é atirador desportivo e participa de competições no Brasil todo. Inclusive ele está ranqueado no campeonato alagoano.

Reportar Erro