Vice é tucano

Collor vai disputar o Governo de Alagoas contra reeleição de Renan Filho

PP afirma que PSDB aceitou apoiar senador do PTC, após pressão por chapa forte contra o MDB

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Fernando Collor apresentou tucano Kelmann Vieira como vice para o governo de Alagoas. Foto: Divulgação

Depois de ensaiar uma tentativa de retorno ao Palácio do Planalto, o senador Fernando Collor (PTC-AL) lançou neste domingo (5) sua candidatura a governador de Alagoas. A convenção do PTC numa escola da periferia da capital alagoana apresentou como vice de Collor o presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira, do PSDB. E o PP preparou uma convenção festiva para receber Collor e tentar confirmar o apoio de dez partidos, entre eles o PSDB, o DEM e o PSB, no Iate Clube Pajussara, na orla marítima.

O PP e o PTC afirmam ter obtido êxito na intensa negociação para uma frente de oposição ao projeto de reeleição do governador Renan Filho (MDB), ex-aliado de Collor.

Em sua fala, Collor prometeu trabalhar pelos mais pobres e pelos esquecidos de Alagoas. E obteve de Kelmann Vieira, a promessa de fidelidade, menos de um mês depois de o vereador declarar apoio a Renan Filho.

A aliança desagrada parte das lideranças tucanas de Alagoas, inclusive o ex-governador Teotonio Vilela Filho. Mas segundo o vice-prefeito de Maceió Marcelo Palmeira (PP), teria sido confirmada pelo presidente do PSDB em Alagoas, Rui Palmeira, prefeito da capital alagoana.

Depois de ter a reprovação da Executiva Nacional do partido, o PP afirma ter convencido o PSDB a apoiar Collor. E o senador Benedito de Lira (PP-AL) será candidato à reeleição, dividindo a chapa com o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB-AL), segundo o vice-prefeito de Maceió, que é enteado do senador Benedito.

Pelo potencial eleitoral que tem, com discurso moralizador, atuação eficaz e afastada de escândalos, Cunha se tornou uma ameaça à reeleição dos senadores Benedito de Lira e Renan Calheiros (MDB-AL). Por isso, o PSDB foi pressionado a até o último instante a disputar o governo de Alagoas e vetar sua candidatura ao Senado.

O vereador de Maceió Eduardo Canuto, que seria anunciado como nome do PSDB para a disputa ao governo deve disputar uma das vagas na Câmara dos Deputados. Mas chegou a ser citado como provável vice da chapa de Collor.

O local da convenção do PP e do PSDB está enfeitado com cartazes com a imagem de Collor e o lema “Alagoas pra frente”.

Cartaz de Fernando Collor candidato a governador de Alagoas. Foto: WhatsApp

Tucanos ainda resistem

Até a noite de ontem (4), o PSDB havia suspendido o caráter festivo da sua convenção, que seria cartorial, por causa da tensa negociação em que o PP chegou a condicionar o apoio à candidatura presidencial de Geraldo Alckmin ao compromisso do PSDB em garantir uma chapa competitiva em Alagoas. A aceitação da senadora Ana Amélia (PP-RS) para ser vice de Alckmin diminuiu a pressão do PP sobre os tucanos em Alagoas.

Na madrugada de ontem, um dos líderes tucanos alagoanos ainda tratava a notícia da aliança como boato. E a ausência de cartazes do PSDB no local do evento, nesta manhã, aliada ao silêncio das lideranças tucanas locais, mantêm o clima de mistério sobre o futuro do PSDB.

A defesa do cumprimento do compromisso do PSDB Nacional de garantir uma chapa competitiva em Alagoas contou com o protagonismo do deputado federal e líder do PP na Câmara dos Deputados Arthur Lira, que negou ao Diário do Poder ter feito pressão pela aceitação do PSDB ao nome de Collor e ter pedido veto ao nome de Rodrigo Cunha.

A aliança do PTC com o PP, além de consolidar o apoio do PSDB, pretende fechar os apoios do PSB, presidido pelo deputado federal João Henrique Caldas, o “JHC”; do PSC, presidido pelo ex-deputado federal João Caldas; e ainda do DEM, do PROS, do DC, do PPL e do Patriota.

 

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