Apreensão em Alagoas

Bolsonaro manda apurar causas de tremores e fissuras em bairro de Maceió

Presidente reuniu ministros para agilizar diagnóstico e solução para fenômeno

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Presidente Jair Bolsonaro busca soluções para riscos de afundamento do bairro do Pinheiro, em Maceió. Fotos: Isac Nóbrega/PR e SGB/CPRM

No mesmo dia em que técnicos do Serviço de Geologia do Brasil (CPRM) iniciaram o trabalho de batimetria sísmica do Complexo Lagunar alagoano em busca de informações para identificar as causas de tremores e de fissuras no bairro Pinheiro, em Maceió (AL), o presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) determinou que o Governo Federal adote as ações necessárias para agilizar a identificação do fenômeno e adoção de medidas para a resolução do problema. A decisão foi tomada após o presidente reunir nesta sexta-feira (11), em Brasília (DF), parte de sua equipe ministerial para discutir o caso.

A iniciativa foi revelada por meio de nota publicada na noite desta sexta pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República. O texto relata que a preocupante situação enfrentada pelos maceioenses do bairro do Pinheiro levou Bolsonaro a reunir extraordinariamente os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque; da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; e da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.

“A iniciativa do Presidente se deveu à sua apreensão com o surgimento de rachaduras, de origem ainda desconhecida, em ruas e imóveis, e que já provocaram a desocupação de algumas casas e edifícios. O Presidente Bolsonaro, em apoio ao município de Maceió e ao estado de Alagoas, determinou que o Governo Federal adote as ações necessárias, para agilizar a identificação do fenômeno e que permitam subsidiar o adequado encaminhamento das medidas que couberem, para a resolução do problema”, diz um trecho da nota.

O fenômeno

Inúmeras fissuras e afundamentos em moradias e vias públicas foram intensificados após as fortes chuvas de verão, ocorridas em 15 fevereiro de 2018, e o abalo sísmico (tremor de terra) de magnitude 2,4 mR (escala de magnitude regional para o Brasil), no dia 3 de março de 2018, nesta região.

O evento produziu danos significativos, como fissuras, trincas e rachaduras em edificações, ruas e passeios em uma área expressiva do bairro, inclusive com a interdição de diversas moradias. E suspeita-se de que o problema tenha sido causado pela exploração de sal na região, pela Braskem; pelo aparecimento de uma dolina (depressão no solo que causa desabamentos) ou pela atividade tectônica sob a área do bairro.

Em 23 de maio de 2018, estabeleceu-se um grupo de trabalho multidisciplinar envolvendo Prefeitura Municipal de Maceió, Defesa Civil de Alagoas e Maceió, Serviço Geológico do Brasil, Agência Nacional de Mineração (ANM), Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Em 28 de dezembro de 2018, o Governo Federal reconheceu a situação de emergência do bairro Pinheiro, cujo decreto foi publicado pela Prefeitura de Maceió no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 05 daquele mês.

Investigação e assistência

A nova etapa do estudo das causas do problema começou pela Lagoa Mundaú. E vai fazer um mapeamento da morfologia do fundo do complexo lagunar alagoano, para procurar elementos que possam indicar ou estar relacionados ao que está acontecendo.

Ronaldo Bezerra, da Divisão de Geologia Marinha, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, explicou que a laguna analisada é uma estrutura associada geologicamente ao bairro do Pinheiro e esse trabalho será somado a outros estudos que estão sendo realizados para, no final, compor um panorama do que pode está acontecendo.

“Além do levantamento batimétrico, vai ser aplicada uma sísmica rasa de baixa frequência que é uma investigação mais profunda. Enquanto a batimetria vai nos dar a forma do fundo da lagoa, a sísmica vai abaixo do fundo da lagoa e pode passar informação sobre o pacote de sedimento, a estrutura e possíveis falhas”, explicou o pesquisador.

A Prefeitura de Maceió tem cadastrado moradores do bairro para o recebimento de ajuda humanitária do Governo Federal, em forma de aluguel social. E a Prefeitura de Maceió iniciará, na próxima semana, o atendimento de moradores do bairro Pinheiro com assistentes sociais e psicólogos das secretarias municipais de Assistência Social (Semas) e de Saúde (SMS). Inicialmente o trabalho será voltado aos casos já identificados, no entanto, o atendimento poderá ser disponibilizado para os demais moradores que sentirem necessidade de acompanhamento.

Famílias que tiverem de deixar seus imóveis no bairro Pinheiro serão incluídas na ajuda humanitária do Governo Federal. E, no caso dos imóveis que não tiveram recomendação de evacuação e não foram avaliados, engenheiros civis devem realizar visita para comprovar o dano e posteriormente efetuar o cadastro.

Qualquer solicitação à Defesa Civil de Maceió pode ser feita por meio dos telefones 0800 030 6205 e 3315 1437,  para informações e ocorrências.

Clique no mapa abaixo e veja a situação de risco na região:

 

Veja a íntegra da nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República:

A preocupante situação enfrentada por moradores do bairro de Pinheiros [sic], em Maceió (AL), levou o Presidente Jair Bolsonaro a convocar, nesta sexta-feira (11) uma reunião extraordinária, em Brasília, com parte de sua equipe ministerial.

A iniciativa do Presidente se deveu à sua apreensão com o surgimento de rachaduras, de origem ainda desconhecida, em ruas e imóveis, e que já provocaram a desocupação de algumas casas e edifícios.

O Presidente Bolsonaro, em apoio ao município de Maceió e ao estado de Alagoas, determinou que o Governo Federal adote as ações necessárias, para agilizar a identificação do fenômeno e que permitam subsidiar o adequado encaminhamento das medidas que couberem, para a resolução do problema.

A reunião contou com as presenças dos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque; da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; e da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno.

 

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