Basile alerta para ensino precário e analfabetismo de 18%, em Alagoas
Candidato do PSOL critica R$ 40 milhões gastos com monitores contratados sem concurso
O candidato a governador de Alagoas pelo PSOL, Basile Christopoulos, criticou hoje (10) o nível de analfabetismo entre alagoanos, de mais de 18,2%, o maior do Brasil, como um dos fatores mais graves do Estado. O professor de Direito condenou o fato de um em cada cinco alagoanos não saber ler nem escrever e a precariedade em escolas de tempo integral. Basile abriu a série de sabatinas com do programa AL TV 1ª edição, na TV Gazeta, afiliada a Rede Globo em Alagoas.
Depois de lembrar que Alagoas não atingiu a meta do Ideb no Ensino Médio, sem o patamar de qualidade mínimo, o candidato do PSOL declarou que seu doutorado em orçamento público fará dele um governador mais cauteloso no investimento da verba pública. E criticou o que classificou como direcionamento equivocado que o atual governo de Renan Filho (MDB) dá aos recursos para áreas de educação, segurança, moradia, saúde e saneamento básico.
“Nossa proposta é aumentar em 10% do orçamento para a educação. É completamente factível, dentro do orçamento do Estado. Isso vai servir para quê? Para contratar mais professores, que ganham mal e há uma falta de professores. Só para ter ideia, este ano, o governo já gastou mais de R$ 40 milhões com monitores, que é uma contratação precária. Não há uma região que se destaque em desempenho. Importante não necessariamente criar mais escolas, mas dar qualidade às que já existem, investindo em material humano e tecnologia. Temos um déficit histórico de professores e precisamos fazer concurso para abastecer todas as escolas. Não fizeram e os alunos ficam ociosos nas escolas em tempo integral, no período da tarde”, denunciou.
Provocado a responder sobre o motivo de ter escolhido como primeira candidatura uma disputa logo por um mandato de governador, o professor de Direito disse estar preparado e ter experiência para administrar o Estado de Alagoas. E garantiu ter conhecimento do dos problemas mais importantes de Alagoas, ao convidar a população a consultar seu programa de governo, no site do TRE.
O candidato do PSOL propôs criar um programa estadual de empregos e de habitação, como forma de combater a violência, entre outras ideias. Bem como um programa de habitação estadual, que virará uma política a curto, médio e longo prazo, para solucionar o problema de 100 mil famílias sem casa em Alagoas. E ainda afirmou que pretende atrair recursos federais para o saneamento, porque o Estado não teria capacidade para execução.
Saúde
Basile criticou o governo de Renan Filho por direcionar R$ 90 milhões do Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza (Fecoep) para construir prédios, novos hospitais, quando boa parte dos demais hospitais públicos registram falta de equipamentos, recursos humanos e insumos.
O candidato do PSOL quer retirar a administração privada das unidades de saúde, feitas através de organizações sociais (OSs) e retomar a gestão pública. O candidato justificou a medida com o propósito de evitar corrupção, como afirmou ter acontecido em São Paulo. E disse que a qualidade oferecida nas UPAs não justifica o alvo custo, que seria barateado com a operação exclusivamente estatal.
Outra proposta é a construção de um ambulatório infantil em Arapiraca e ampliar a capacidade de atendimento de atenção básica e capacidade média nos hospitais que já existem no Estado. Além melhorar o sistema de distribuição de pacientes de urgências e emergências no interior de Alagoas.
“Não precisa construir novos hospitais, gigantescos, porque isso é muito dinheiro. Precisamos, na verdade, aparelhar bem, com pessoas e recursos materiais os hospitais que já existem”, defendeu.
Segurança
Basile criticou o modelo de gestão atual desta pasta e o classificou como equivocado, por ser baseado na repressão. Para ele, não basta reprimir, tem que se investir em inteligência para que os crimes sejam esclarecidos de maneira mais célere.
Ele disse que a violência aumentou em 2016 e 2017, em número de homicídios. Além de ter crescido a quantidade de roubos. E disse acreditar que os jovens desocupados são levados ao mundo da criminalidade por falta de oportunidade.
“34% dos jovens de 18 a 25 anos não têm emprego. Então os jovens são levados a outros mecanismos de ganhar dinheiro, porque todo mundo quer sobreviver e botar comida na mesa. Vou criar um programa de emprego e parar de investir nas grandes usinas, que sempre tiveram apoio do Estado, receberam recursos e o braço amigo do Estado. Quem gera realmente emprego em Alagoas são as pequenas e médias empresas. E precisamos criar empregos nessas áreas, capacitando quem tem os pequenos negócios”, argumentou Basile.
Ele lembrou que o governo aumentou tributos sobre energia e combustíveis, para abastecer o Fundo de Combate à Pobreza. “Isso é equivocado porque aumenta a tributação justamente sobre os mais pobres. Porque o pobre, quando vai pagar a conta de energia elétrica ou abastecer seu carrou ou sua moto, sente o peso da tributação. Reduzir a tributação nem sempre baixa a arrecadação, porque estimula a economia”, disse Basile