68% da Câmara

Arthur Lira lidera novo blocão que reúne 351 deputados e 14 partidos

Novo blocão quer garantir orçamento impositivo e espaços na Comissão Mista de Orçamento

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Deputado federal Arthur Lira, líder do PP na Câmara. Foto Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Cotado para suceder Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Presidência da Câmara dos Deputados, o alagoano Arthur Lira (PP-AL) lidera um novo bloco partidário formado por 14 partidos e 351 deputados federais. Concentrando o poder de voto de 68% da Câmara, o novo blocão tem capacidade de aprovar matérias que exigem maioria qualificada. E já nasce predestinado a conquistar espaços estratégicos na Comissão Mista de Orçamento (CMO), e a defender as conquistas do Legislativo resultantes da aprovação do Orçamento Impositivo.

O novo bloco é composto por partidos sem tanta afinidade ideológica, reunindo PSL, PL, PP, PSD, MDB, PSDB, Republicanos, DEM, Solidariedade, PTB, PROS, PSC, Avante e Patriota. E seus membros não se consideram integrantes do chamado “Centrão”, com o argumento de que as ideologias partidárias de cada partido seguem preservadas, apesar da coalizão na Câmara.

Arthur Lira tratou com naturalidade a criação do bloco partidário, formalizado antes do carnaval, como previsão regimental. E destacou a inexistência de qualquer cunho político, ideológico, ou pragmático, que tenha resultado na articulação da aprovação ou rejeição de matérias, muito menos na busca por espaços no governo.

Apesar de destacar o caráter regimental do bloco que definirá a presidência, relatorias e sub-relatorias da Comissão Mista de Orçamento, neste ano eleitoral de 2020, Arthur Lira admite a defesa explícita do Orçamento Impositivo, aprovado no ano passado e vetado pelo presidente sob o argumento de que o dispositivo “contraria o interesse público”.

Arthur Lira destaca a postura de responsabilidade adotada pelo parlamento com relação às pautas da reforma, ao defender ser lógico que o Orçamento Impositivo não é uma conquista apenas do Legislativo, mas para o Brasil, por ser transparente e mais democrático.

“Porque somos nós, parlamentares, que viajamos toda semana, recebemos as demandas, vemos os problemas, e levamos os pedidos. É muito mais democrático do que um ministro definir tudo o que será gasto na saúde do Brasil, por exemplo, 600 parlamentares assim o decidirem. E se o ministro quiser mudar alguma coisa, ele vai ao Congresso, manda um pedido, explica… Eu nunca vi um parlamento com a responsabilidade como este está, com as pautas das reformas e que interessam ao Brasil”, disse Arthur Lira, ao Diário do Poder.

Sobre os mais de R$ 30 bilhões conquistados pelo Legislativo com a aprovação do Orçamento Impositivo, está fechado um acordo do governo de Jair Bolsonaro, para que o controle do montante seja dividido igualitariamente entre o Executivo e o Legislativo. A informação foi confirmada ontem (28) pelo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), à Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.

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