Alagoas terá de qualificar 62,4 mil profissionais da indústria até 2023
Metalmecânica e energia são áreas que mais vão exigir capacitação de técnicos no estado
O estado de Alagoas terá de qualificar 62.495 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para subsidiar a oferta de cursos da instituição. Essas ocupações têm em sua formação conhecimentos de base industrial e por isso são oferecidas pelo SENAI, mas os profissionais podem atuar em qualquer setor da economia.
A demanda prevista pelo estudo inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento (formação continuada) de trabalhadores que já estão empregados. Em parcela menor (24%) estão aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho (formação inicial). Nesse grupo estão pessoas que vão ocupar tanto novas vagas quanto postos já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposentadoria, entre outras razões.
Além de subsidiar a oferta de cursos do SENAI, o Mapa do Trabalho pode apoiar jovens na escolha da profissão e trabalhadores que desejam se recolocar no mercado. “O profissional qualificado de acordo com a necessidade do mundo de trabalho tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova oportunidade mais facilmente quando as vagas forem oferecidas”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
FORMAÇÃO DE TÉCNICOS
As áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica em Alagoas são transversais, metalmecânica; energia e telecomunicações; entre outras. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.
Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (a partir de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma reconhecido pelo MEC.
Áreas com maior demanda por formação – Técnicos
Áreas | Demanda 2019-2023 |
Transversais | 1.873 |
Metalmecânica | 1.714 |
Energia e telecomunicações | 1.124 |
Química, borracha, petroquímica, petróleo, gás e fármacos | 942 |
Construção | 924 |
Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Técnicos
Ocupações | Profissionais a serem qualificados |
Mecânicos de manutenção metroferroviária | 792 |
Técnicos em eletrônica | 611 |
Técnicos em operação e monitoração de computadores | 495 |
Técnicos de controle da produção | 471 |
Supervisores da construção civil | 463 |
Técnicos em eletricidade e eletrotécnica | 427 |
Técnicos químicos | 418 |
Operadores polivalentes de equipamentos em indústrias químicas, petroquímicas e afins | 374 |
Técnicos de planejamento e controle de produção | 342 |
Instaladores-reparadores de linhas e equipamentos de telecomunicações | 341 |
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação, e buscam desenvolver novas competências e capacidades. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão. As áreas que mais vão exigir a capacitação de trabalhadores com esse tipo de formação, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023 serão:
Áreas com maior demanda por formação
Áreas | Demanda 2019-2023 |
Metalmecânica | 3.280 |
Alimentos | 2.234 |
Energia e telecomunicações | 1.336 |
Mineração | 997 |
Eletroeletrônica | 781 |
Construção | 11.973 |
Logística e transporte | 7.955 |
Transversais | 4.755 |
Metalmecânica | 4.734 |
Alimentos | 1.769 |
Segundo o Mapa, entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados estão mecânicos de manutenção de veículos automotores, padeiros, confeiteiros, entre outros:
Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria
Ocupações | Profissionais a serem qualificados |
Mecânicos de manutenção de veículos automotores | 1.360 |
Padeiros, confeiteiros e afins | 1.074 |
Trabalhadores de instalações elétricas (160h) | 760 |
Trabalhadores de extração de minerais sólidos (operadores de máquinas) | 722 |
Eletricistas de manutenção eletroeletrônica | 669 |
Mecânicos de manutenção de máquinas industriais | 617 |
Encanadores e instaladores de tubulações | 585 |
Instaladores e reparadores de linhas e cabos elétricos, telefônicos e de comunicação de dados | 569 |
Trabalhadores na fabricação e conservação de alimentos | 464 |
Operadores de instalações e máquinas de produtos plásticos, de borracha e moldadores de parafinas | 428 |
Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria
Ocupações | Profissionais a serem qualificados |
Ajudantes de obras civis | 6.415 |
Motoristas de veículos de cargas em geral | 5.672 |
Alimentadores de linhas de produção | 3.687 |
Trabalhadores de estruturas de alvenaria | 2.698 |
Trabalhadores da mecanização agrícola | 2.627 |
Trabalhadores operacionais de conservação de vias permanentes (exceto trilhos) | 1.484 |
Apontadores e conferentes | 1.244 |
Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem | 1.067 |
Trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas | 935 |
Trabalhadores na operação de máquinas de terraplenagem e fundações | 786 |
Em relação ao nível superior, as áreas de gestão, informática e construção serão as que mais vão precisar qualificar profissionais no período de 2019 a 2023, de acordo com o Mapa do Trabalho:
Áreas com maior demanda por formação – Superior
Áreas | Demanda 2019-2023 |
Gestão | 1.531 |
Informática | 1.034 |
Construção | 550 |
Metalmecânica | 190 |
Logística e transporte | 160 |
Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Superior
Ocupações | Profissionais a serem qualificados |
Analistas de tecnologia da informação | 862 |
Engenheiros civis e afins | 392 |
Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública | 266 |
Engenheiros de produção, qualidade, segurança e afins | 124 |
Gerentes de suprimentos e afins | 105 |
Gerentes de manutenção e afins | 93 |
Gerentes de tecnologia da informação | 93 |
Arquitetos e urbanistas | 90 |
Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins | 84 |
Administradores de tecnologia da informação | 75 |
Engenheiros mecânicos e afins | 75 |
METODOLOGIA
O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir de cenários que estimam o comportamento da economia brasileira e dos seus setores; projeta o impacto sobre o mercado de trabalho e estima a demanda por formação profissional industrial (formação inicial e continuada). As projeções e estimativas são desagregadas no campo geográfico, setorial e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do SENAI.
Na opinião de Rafael Lucchesi, conhecer as necessidades do mercado é fundamental para o planejamento da oferta de formação profissional. “O SENAI é referência em educação profissional porque está alinhado com as necessidades da indústria e mantém seus cursos atualizados com o que existe de mais avançado em termos de tecnologia”, explica.
A instituição possui o Modelo SENAI de Prospecção, que permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos. A metodologia já foi transferida a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. O método foi apontado ainda pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas. (Com informações da Superintendência de Jornalismo da CNI)