Resgate da cultura do diálogo

A satisfação e a felicidade das partes devem ser viabilizadas pelo Judiciário, afirma juíza

Magáli Dellape Gomes discutirá a importância do diálogo em eventos no STJ

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Juíza Magáli Dellape Gomes do Tribunal Regional do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

“A satisfação e a felicidade das partes devem ser viabilizadas pelo Judiciário, e este é o melhor cenário possível, entregar a jurisdição e permitir que as partes saiam felizes e satisfeitas”, a fala é da juíza Magáli Dellape Gomes do Tribunal Regional do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que atua na Vara Cível, de Família, Órfãos e Sucessões do Núcleo Bandeirante.

A magistrada participa do IV Congresso  Nacional de Direito e Fraternidade e do I Congresso do IEDF, com a palestra “O resgate da cultura do diálogo”, em um painel sob o tema Mediação e Conciliação. Os eventos, que ocorrem em conjunto no Auditório da Cidadania do Superior Tribunal de Justiça, nos dias 7, 8 e 9 de novembro, estão com inscrições abertas até o dia 31 de outubro no site www.direitoefraternidade.com.br.

Para Magáli o efeito do diálogo pode causar o empoderamento das partes em recursos para solução dos seus problemas, permitindo que encontrem a melhor solução para o caso (mediação), ou se não conseguirem fazer isso, propondo soluções justas e equilibradas para a situação (conciliação). “As partes se sentem mais importantes, sentem que foram ouvidas, e isso é fundamental nos processos que envolvem conflitos familiares”, conta.

“Fomentar o diálogo, permitir a utilização de técnica da Comunicação Não Violenta (ROSENBERG, 2006), permitir que as partes falem seus sentimentos e tirar daquelas falas quais seriam suas reais necessidades, fazendo a ponte com o que é possível juridicamente, além de permitir trabalhar com a teoria dos jogos de forma cooperativa (NEUMANN e MORGENSTERN, 1944), são de grande valia na solução do conflito familiar, que vai muito além da solução de um processo judicial”, defende a titular da Vara Cível, de Família, Órfãos e Sucessões do Núcleo Bandeirante.

A juíza lembra, ainda, que as questões tratadas nos processos envolvem as vidas das partes, que são as primeiras interessadas na situação. “A satisfação e a felicidade das partes devem ser viabilizadas pelo Judiciário, e este é o melhor cenário possível, entregar a jurisdição e permitir que as partes saiam felizes e satisfeitas”, completa.

Os números da conciliação

Em sua vara de atuação, a magistrada teve a oportunidade de utilizar as Constelações Familiares Sistêmicas de janeiro de 2016 a junho de 2018, ocasião em que foi suspensa a prática por determinação da Administração Superior do TJDFT.

No período, foram realizadas 15 sessões de constelação, para as quais foram convidadas partes de 310 processos, sendo que participaram efetivamente partes de 135 processos, com um total de 60 acordos.

A média de acordos nas audiências de conciliação agendadas para depois das constelações ficou em 54%, quando apenas uma das partes comparecia ao evento e, em 71%, quando as duas partes compareciam no evento de constelação.

Dos processos encaminhados para a Constelação Familiar Sistêmica, houve taxa de rejudicialização de apenas 5,4%, ou seja, que tiveram demanda ajuizada após o acordo – dados que apresentam a prática como um instrumento importante de pacificação e solução dos conflitos familiares.

A programação do IV Congresso Nacional de Direito e Fraternidade e do I Congresso do IEDF conta com painéis, intercâmbios de boas práticas e palestras de renomadas personalidades do mundo jurídico e acadêmico. O painel Mediação e Conciliação, com palestra da Juíza Magáli, está prevista para às 15h30 do dia 8.

O encontro é uma parceria do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o Instituto Brasileiro de Educação em Direitos e Fraternidade (IEDF), o Grupo Internacional Comunhão e Direito – Movimento dos Focolares e a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), e conta com o apoio e participação ativa de diversas entidades: a Associação dos Defensores Públicos do DF (ADEP-DF), a Escola de Assistência Jurídica (Easjur), a Associação dos Defensores Públicos; a Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), o Sindicato da Carreira de Auditoria Tributária do Distrito Federal (SINAFITE-DF), a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (ANADEP), a Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios (AMAGIS-DF), a Escola da Magistratura do DF (ESMA-DF), a Caixa Econômica Federal (CEF) e a Escola de Assistência Jurídica (EASJUR).

Serviço:
IV Congresso Nacional de Direito e Fraternidade e do I Congresso do IEDF
Data: 7, 8 e 9 de novembro
Local: Auditório do STJ – SAFS – Quadra 06 – Lote 01 – Trecho III

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