Para o deputado alagoano, que é aliado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), as delações da JBS, que resultaram na abertura de inquérito para investigar o presidente por supostos crimes de prevaricação e corrupção passiva, tornam o contexto insustentável para Temer.
“O Temer, para ele conseguir se manter no poder, ele começou a se manter – e ele mesmo declarou isto – comprando, no sentido, não é da compra direta, é na compra indireta [dos parlamentares]. A mim... Me ofereceu dois cargos em Alagoas e me dar R$ 10 milhões, se eu quisesse, para fazer emenda parlamentar, para comprar trator, para comprar isso e aquilo. Já foi denunciado na Tribuna da Câmara e todo mundo apoiou isso, né? E eu disse que não. Não abro mão. E, quando é agora, aparece...”, declarou o parlamentar alagoano, para o Diário do Poder.
Ouça:
DIRETAS, JÁ!
O deputado que tentou evitar o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 disse que a palavra de ordem deve ser “Renuncia Temer”, porque o Brasil não mais suporta seis meses de um novo processo de impeachment. “O Brasil não suporta mais isso. E tem que haver uma eleição direta, não indireta. Imagine o Temer estando na Presidência. Para renunciar, vai negociar primeiro quem é que vai eleger, na Câmara. Aí já vem teleguiado. Da laia dele, me desculpe. Claro! Lógico!”, argumentou o deputado.
“O que é mais grave, uma pedalada, ou o que o Temer fez?”, questiona Carimbão, ao lembrar que outro argumento político para a queda de Dilma se apresenta bem mais acentuado neste momento: a rejeição. “Temer também perdeu a força política, agora, com 94% de rejeição. Só consegue apoio na Câmara, na base da troca. Isso sai caro para a sociedade. Com os partidos deixando ministérios, fica como?”, pergunta Carimbão.
O parlamentar também se manifestou nas redes sociais. Assista:
Sobre a gravação, o deputado discorda que possa ser considerada clandestina, pois foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Ainda bem que hoje tem gravador, hoje, e pode gravar. É desumano, a gente trabalhar que só um trator, um cão, para conseguir manter um mandato. Aí os caras chegam com dinheiro de rodo, desses esquemas todinho[sic] aí. Cadê a legitimidade de ser representante do povo? Ôxe!”, indignou-se.
Carimbão contrariou todos os colegas de partido, em 2016, quando votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, mesmo sendo líder da bancada do PHS, cujos integrantes aprovaram a queda da presidente. Também votou contra todos os principais projetos de Temer, a exemplo da Reforma da Previdência, na Comissão de Constituição e Justiça; e da terceirização dos trabalhadores.
Givaldo Carimbão faz parte do grupo de deputados que se uniram para exigir eleições diretas, já, para a Presidência da República. O Diário do Poder não conseguiu contato com a assessoria do Palácio do Planalto.